Os juros do cheque especial, do cartão de crédito e de outras modalidades tiveram queda significante no mês de abril. Foi o que o Banco Central divulgou na última semana. O do cheque especial caiu de 130,5% ao ano em março, para 119% ao ano em abril, a taxa era de 275,2% em abril do ano passado.
Já o juro médio do rotativo do cartão de crédito caiu de 327,1% ao ano, para 313,4%, de março para o mês passado. Em abril do ano passado o juro estava em 298,7%.
Mas não foram todos os juros que tiveram queda, o de compra de veículos, por exemplo, aumentou de 19,8% para 20,4%. Na tabela é possível ver o comparativo de outras modalidades divulgadas pelo Banco Central:
Modalidade de crédito |
Março |
Abril |
Cheque Especial |
130,5% |
119% |
Rotativo do cartão de crédito |
327,1% |
313,4% |
Cartão de crédito parcelado |
187,1% |
148,6% |
Crédito pessoal não-consignado |
94,7% |
86,4% |
Crédito pessoal consignado |
21% |
20,1% |
Compra de veículos |
19,8% |
20,4% |
Financiamento imobiliário |
7,2% |
7,2% |
Especialistas preveem que mesmo com a queda dos juros, os brasileiros podem ter dificuldades para fazer um empréstimo ou adquirir a casa própria. Isso porque, com a pandemia do novo coronavírus, o número de inadimplentes aumentou. Sendo assim, os bancos, temendo o não pagamento, estão mais rigorosos com as regras de concessão de empréstimos.
É aconselhável também evitar qualquer empréstimo diante da instabilidade econômica que o país vive. Por mais que os juros do cheque especial e cartão de crédito tenham diminuído, eles ainda são os maiores do mercado e qualquer descuido pode gerar uma dívida imensa.
Limites para cheque especial e cartão
O Senado tem um projeto que limita as taxas de juros para cartões de crédito e cheque especial, o PL 1.166/2020. O objetivo é estabelecer um teto de 20% ao ano para as dívidas contraídas nessas modalidades de crédito entre março de 2020 e julho de 2021 a fim de amenizar os impactos da crise econômica causada pelo coronavírus. O Banco Central faria a regulamentação e a fiscalização dos limites definidos na proposta.
A sessão estava prevista para o dia 14 de maio, contudo, foi adiada sem data definida ainda. O senador Lasier Matins (Podemos-RS), relator do projeto, considera o projeto urgente e emergencial para proteger os mais afetados pela crise.